Já há apressados no mundo da análise política colocando o governador de São Paulo, José Serra, sentado em 2010 na cadeira que fica atrás da mesa do gabinete principal do Palácio do Planalto. A esses apressados, este blog recomenda um pouco de calma. Lembra que, no final do ano passado, na convenção nacional do PSDB que elegeu o senador Sérgio Guerra o presidente do partido, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, dera um banho
Se não bastar, este blog lembra também que, no início da campanha
Até quando? Até a próxima mexida das nuvens. Era o ex-governador mineiro Magalhães Pinto que dizia que “política é igual nuvem; você olha, está de um jeito, olha de novo já está de um jeito diferente”. É claro que as eleições municipais deste ano projetam para 2010 um cenário favorável a José Serra. Ele é hoje líder nas pesquisas. Sua tese venceu no principal colégio eleitoral do país. No cenário político brasileiro, apesar de toda a popularidade de Lula, o PT continua com os mesmos problemas no Sul e no Sudeste que puderam levar o picolé de chuchu Geraldo Alckmin ao segundo turno em 2006. Na próxima eleição, o candidato da oposição tem bem maior consistência política que Alckmin. E o governo aposta num nome nunca testado nas urnas, com fama de durona e antipática, a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Como porém, a eleição presidencial não é amanhã ...
Já se detecta um primeiro sinal de mexida de nuvem. Embora ela possa reforçar ainda mais a posição de Serra, é só um exemplo de como o quadro político nunca é estanque. A imensa força com a qual o PMDB saiu dessas urnas municipais coloca o PT completamente à mercê do velho partido dos caciques regionais. E o PT está apavorado com isso. Não apenas porque sabe que os peemedebistas, como sempre fazem, vão cobrar cara a fatura. Mas porque temem que o PMDB, como também gosta de fazer, volte a praticar seu esporte preferido de navegar com um pé em cada canoa.
Se não tiver oficialmente o apoio peemedebista, o PT vai ter de procurar outros parceiros oficiais. A situação pode ressuscitar atores políticos que não se saíram tão bem nas eleições municipais. Não custa lembrar que o deputado Ciro Gomes é o nome da base governista que sempre aparece melhor nas pesquisas. Seu problema é que, diante do PMDB, seu fraquinho PSB não tem a menor chance de reivindicar nada ... Mas se o PMDB ficar de fora ... Ciro até pode vir a lembrar que é nome já testado e melhor colocado nas pesquisas, diante da aposta incerta
Aécio Neves também provavelmente não estará morto. Deve ter outras cartas na manga. Mesmo Alckmin, que pode ir para o PSB e reforçar o partido de Ciro num Estado em que ele não é forte. Em dois anos, ainda vai ventar um bocado para mexer com as nuvens no céu.
Um comentário:
Rudolfo querido,
suas projeções não poderiam estar mais coerentes. Acredito ainda que o segundo turno municipal paulista que está por vir, será termômetro da eleição presidencial próxima, argumento defendido por Renata Giraldi nos podcasts da Folha, e que ratifico. Com poucas prefeituras petistas, Marta assume papel protagonista no espetáculo eleitoral, podendo ser atração principal, ou simplesmente cair nos bastidores, dando o palco para os figurantes partidários diversos.
Grato pelas suas palavras. Abraços meu primo,
Diego Ponce de Leon
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